AO INFERNO

São centenas de cravos no meu peito,

Toda angústia do mundo está em mim,

Todo encanto que havia foi desfeito,

Esta tristeza enorme não tem fim...

Aperta-me este esquife em que me deito,

Há muito a vida dói-me sempre assim,

Pago o preço de tudo que foi feito

E sobra-me somente a mágoa... Enfim...

Ah, quem me dera algum momento bom,

Ouvir na voz de um anjo o lindo som

De um conselho trazendo-me esperança...

Quem me dera saber se o deus que existe,

É o mesmo deus que me abandona triste,

Já que seu céu minh'alma não alcança...

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 15/10/2012
Código do texto: T3933273
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