Nós e Drummond.

Cidadezinha Qualquer

Casas entre bananeiras

mulheres entre laranjeiras

pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.

Um cachorro vai devagar.

Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

Carlos Drummond de Andrade.

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Em meio a besteiradas a vida segue

não há quem negue... Tão depressa ou devagar

A cozinhar com pouco fogo o esperto irá

e a esperar está o lerdo à vida entregue.

Seguir alegre à sombra da bananeira,

Tendo cadeira na porta pra conversar

montar o burro e com o pote ir buscar

em algum lugar água pra lavadeira.

Cedo ir à feira e o cachorro a acompanhar

olhar janelas com mulheres namoradeiras...

Alvissareira vida curta ou inteira,

em mil maneiras tem-se mais que aproveitar.

O homem nasce, cresce, fica bobo, casa,

reproduz e morre... Deus socorre: Reza!!!

Josérobertodecastropalácio

(Teimoso na poesia, entretanto um aprendiz entre tantos poetas).

Tudo é bobagem nesta vida à toa

E nem o tempo, algo irá mudar

E nem aí, se o amanhã chegar...

Cozinho o caldo sempre numa boa...

Sempre de estrelas o meu céu se coa

De pirilampos, meu pobre lugar...

Lenha no fogo, a face a escancarar

Mesmo sorriso e vou cantando a loa...

Ao fim não tenho pressa de chegar...

Nessa mesmice engasgo, a vida é nada?

Nada responde esse silêncio...Nada...

E quem quiser responda essa charada...

Sequer me importa o que se vai falar

Tudo é tão besta... Bom mesmo é sonhar!

Ana Maria Gazzaneo

VIDA BESTA!

Tudo no mundo é bobagem, coisa à toa

E eu, devagar, vou cozinhando o caldo

Usando a calma de bengala ou respaldo...

Uma casa... Um luar... A vida é boa!...

E se não for faço de conta, e nem ligo...

Se a vida é besta durmo e faço meu abrigo...

Monto no burro, vou à borda da ribeira

Sento e me ponho a conversar com a lavadeira!...

Ângela Faria de Paula Lima