Porre
Quero vinho! Cerveja! Quero álcool!
Quero sim qualquer coisa que me engane
A mente e a alma e, que se dane,
O personagem-mor do imenso palco!
Quero a química fugaz do alambique
A anestesiar-me a dor mundana;
Quero um porre... e fazer um piquenique
De vômitos nessa gente tão sacana!
Quero beber! Beber o intragável!
Andar trôpego, ridículo, vulnerável!
Pelos becos, avenidas, pelas ruas!
Quero um porre! Beber todo o estoque!
Depois, suicidar-me ao som de um rock!
Virar poeta das inúteis luas...
Autor: Francisco Carlos do Nascimento, cearense de Amontada.