HÁ DE CHORAR
Espera que algum dia dentro em breve
Há de chover bastante nessas bandas,
O período das secas já debanda,
Pelas linhas do tempo Deus escreve.
Ir contra a natureza quem se atreve,
Se ela é a soberana das demandas?
A vida vez por outra até desanda,
Valhamo-nos da fé que é peso leve.
Destarte paciência é necessário,
Quando a chuva vier molhar o chão
Que está tão ressequido ao seu redor...
Há de chorar o choro dos agrários,
Ao ver ir verdejando o seu sertão
Regado pela mão do Pai maior.
Grato, belíssimas interações:
FÉ SERTANEJA
Vida difícil, vida sertaneja,
povo sofrido, povo aguerrido,
De tão Valente, não foge à peleja,
Sempre temente, a Deus agradecido.
Valente, nunca perde a esperança,
Que um dia chegue a chuva no sertão,
Vindo co'ela a fartura e a bonança,
Pela qual agradece em oração.
E suplica que o céu logo lampeja,
Que tão logo o som forte do trovão
Traga alegria pr'alma sertaneja,
Antevendo sua roça em floração.
Tanto sofrer, promessas faz até
de peregrinar num rito de fé.
(Walter Peixoto)
UTOPIA SERTANEJA
As águas transbordando,
a mata úmida e frondosa,
o gado gordo pastando,
no quintal, a horta formosa,
toda passarada cantando,
do milho, a espiga mimosa,
feijão, pra colher esperando
...que utopia majestosa.
Que Deus nunca se esqueça,
que a natureza possa ajudar
e que a fé nunca esmoreça.
O sertanejo põe-se a orar
até que o sertão agradeça
a chuva que o Pai mandar.
(Moly)
S.ertanejo olha para o céu
E.m reverência tira o chapéu
R.oga a Deus em oração
T.razer chuva para o sertão
A.sua preciosa plantação
N.ão entra em floração
E.nquanto não regar o chão
J.á latentee no coração
O.amor pelo seu querido torrão
(Fernanda Xerez)
O sertanejo chORA...
Quando óio pru céu em arribação
Cramo à DEUS: traiz a chuva pro sertão!
Óh, meu DEUS faz chover sobre essa terra,
Mata a seca, madre que nos enterra...
Água santa que vem, fecunda o chão.
Faiz brotar o verdô da prantação,
Renová a esperança que se encerra
Sempre que a seca mata mais que a guerra...
Eu num quero ir-m'mbora pr'otras bandas
Ter que subir num desses "pau de arara"
Sem saber pr'ondi vou, sem direção...
Meus cabritu morrê nessa demanda,
Mizera nos trocendu tar taquara...
Choro a dor do povo, do meu turrão!...
(Nina Costa)
Quando óio pru céu em arribação
Cramo à DEUS: traiz a chuva pro sertão!
Óh, meu DEUS faz chover sobre essa terra,
Mata a seca, madre que nos enterra...
Água santa que vem, fecunda o chão.
Faiz brotar o verdô da prantação,
Renová a esperança que se encerra
Sempre que a seca mata mais que a guerra...
Eu num quero ir-m'mbora pr'otras bandas
Ter que subir num desses "pau de arara"
Sem saber pr'ondi vou, sem direção...
Meus cabritu morrê nessa demanda,
Mizera nos trocendu tar taquara...
Choro a dor do povo, do meu turrão!...
(Nina Costa)
Difícil vida sofrida
do sertanejo na lida
da terra tão ressequida.
Espera ouvir o trovão
e que a chuva molhe o chão
para florir o botão.
Carrega a enxada na mão.
A fé vai no coração.
(HLuna)