MISTÉRIO *
Ainda aquela luz está acesa,
A porta entreaberta deixa ver
Que as flores já murcharam sobre a mesa,
Que o leito fora palco de prazer.
Um lenço está caído, houve tristeza,
Uma taça de vinho sem beber,
Um batom esquecido, com certeza,
Na ânsia de fugir e se esconder.
Ainda resta um cheiro de perfume,
E um som ligado já fora do ar,
Misteriosamente ninguém há.
Talvez não suportando por ciúme,
Tenha-se resolvido abreviar,
Mas cada um dos dois, onde andará?
* Republicação