MINHA ETERNA PAIXÃO
MINHA ETERNA PAIXÃO
A essa paixão eu sempre me curvei,
E nesta encarnação, já nasci assim.
A poesia e eu não vislumbramos fim,
E respira-la, é o que na vida, eu sei...
Desde garoto me vi como repentista,
No canavial exercitando meu talento.
Cantava desafio em chuva de vento,
Sentindo-me do circo, o malabarista.
Vínculos com amigos de mesmo dom,
Professando a arte em intenso ardor.
Ela nasceu comigo e irá aonde eu for.
Descobrir o recanto foi tudo de bom,
Encontro perfeito entre abelha e flor.
Não consigo pensar o fim deste amor...
Editado na sala de Ana Flor do Lácio
como réplica ao seu soneto,
Poesia Meu Amor:
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/3553048
Obrigado Ana Flor do Lácio por seu riquíssimo depoimento, que adorei de coração:
O meu mais remoto contato com a poesia ocorreu durante a leitura de um texto do meu livro de Língua Portuguesa no terceiro ano (primário). A minha professora tinha pedido para eu ler e lembro-me que tremi e chorei enquanto lia: «...Olhai os lírios do campo! Nem Salomão, com toda a sua glória, se vestiu como um deles...»Naquele momento minha alma foi atingida pela beleza da composição. Em casa repeti a leitura e comecei a ler outros textos do Evangelho. Morava à beira do rio e sentava nas pedras da margem para, em silêncio, apreciar a beleza do Livro dos Salmos, Cantares de Salomão, Provérbios, Ecesiastes, Jó, etc. Foram os meus primeiros textos poéticos. Na adolescência li quase tudo de Camões, Pessoa, Florbela, Neruda e Augusto dos Anjos. E foi ali, na beira do rio e também na varanda, vendo as águas correr, que comecei a escrever . Tinha bons leitores e ouvintes em casa, que sempre me incentivaram. Avós e pais aplaudiam a filha que tinha «muito jeito para escrever versinhos». Gostava das palavras, de fazer bailados com elas. Sempre achei que a palavra é a arma mais poderosaque existe, podemos fazer com ela o que quisermos. E comecei a perceber na poesia uma grande paixão: ela estava em todos os lugares, nos objetos e nas pessoas que me rodeavam. Assim, não só nos poemas, mas nas paisagens, nas pinturas, nas fotos, na dança, um simples gesto, por exemplo, podia estar carregado de poesia... E o convívio com a poesia desenvolveu uma percepção cada vez mais rica da realidade, aumentou a familiaridade com a linguagem mais elaborada da literatura e enriqueceu a sensibilidade... Querido mestre, você disse tanto em apenas 14 versos, descrevendo com propriedade a imensidade que é a Poesia, «Nossa Eterna Paixão»! Um soneto riquíssimo, que encheu de beleza e Luz a minha página!
Grata por este belíssimo momento poético!
Aplausos e um grande abraço.
Para o texto: MINHA ETERNA PAIXÃO (T3555179)
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Obrigado mestre Marcelo Braga por seu excelente depoimento...
Minha "iniciação" deu-se em meus sete, oito anos. Meu primeiro versinho. Mas trafeguei pela literatura infantil, Lobato, Julio Verne... Passei pela literatura clássica, fui crescendo e devorando livros. Jacó, era e ainda é, o presente que mais gosto de ganhar: livro. Já com a poesia, meu relacionamento foi e ainda é uma luta. Somente em 2005 ou 2006 é que li de verdade um livro de poesia. O autor era Fernando Pessoa. Tenho um texto editado no RL, classificado como biografia, onde conto detalhadamente minha aventura nesse campo mágico que é ler e escrever. Parabéns pelo belo soneto. Sou também grato a esse espaço que nos permite praticar nossa total liberdade de expressão...
Para o texto: MINHA ETERNA PAIXÃO (T3555179)