ALMA DESERTA!
(EC)
Alma oca, deserta, desvalida,
seguia aquele homem, ao acaso.
Na face, avultando o ricto raso,
como a desmembrar-se da própria vida!
Olhar perdido no longínquo ocaso,
a alma que vagava empedernida,
buscando pela sorte - uma saída
que não lhe incitasse ao descaso.
As marcas indeléveis e profundas
da alma deserta que o pranto inunda,
ainda mais vê-se extasiado...
Diante da beleza que o circunda,
desleixa-se da alma moribunda,
juncando-a de transparentes bordados!
(Milla Pereira)
Este texto faz parte do EC
DESERTOS DA ALMA.
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