SONHO REPRIMIDO
 

Na fenda d’a alma um sonho oculto,
trêmulo, frágil, quase asfixiado,
arfando cansado, só um vulto,
qual um pássaro mudo, desolado...
 
Alçou no espaço vôos incríveis,
após as quedas perdeu o vigor,
exausto dos giros inatingíveis,
inerte ao chão regurgita a dor...
 
Dos áureos sonhos da juventude,
resta a quietude da ave desasada,
sem norte e ninho, no ermo jogada...
 
Num ponto obscuro do universo,
expele um verso amargo, incolor,
apenas o eco que ecoa do amor...

(imagem do Google)