Eu sou o que ninguém vê!

Eu sou os brinquedos com que brinquei;

As gírias que usava, os segredos que guardei;

Sou minha praia preferida, Camburi, Guarapari;

O renascido depois do acidente de que escapei!

Sou aquele amor atordoado que vivi;

A conversa séria que tive um dia com meu pai;

Sou o que me lembro de mim mesmo e esqueci;

A saudade que tenho quando estou longe de casa!

Eu sou o sonho desfeito quase no altar;

A dor de não ter dado certo;

De não ter falado na hora, e lutado!

Sou, hoje, a emoção de um trecho de livro;

A rua de lágrimas por mim derramadas;

O que choro; um abraço inesperado!

ROGERIO WANDERLEY GUASTI
Enviado por ROGERIO WANDERLEY GUASTI em 19/10/2011
Código do texto: T3285195
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