Soneto do desencanto
Acordo, procuro, vago, mas não ouço a canção
Anoitece, escurece, e só silencio junto com o breu
Me perco no vazio de um nome buscado sua direção.
Vivo, sigo, sozinho, sem achar o que não se perdeu
Um nome, sem canção ou lume
Um oceano, que não posso mensurar
Me sinto insano num monte que não vejo o cume
Pela vida que em vida não hei de encontrar...
Tento vivê la em cada vão momento
Como se nada me fizesse sufocar
Tento rir sem espalhar meu pranto
Mas sempre nadando para fora desse escuro mar.
Mesmo sombrio... Com dor, eu morrerei nadando...
Pois nunca haverá vida enquanto eu não te encontrar...