SONHO ALADO

No parapeito da janela

Olhar absorto na rotina

Festeja um pardal, ave singela,

Sua figura saltitante na retina

De suas asas faço meus anseios

Em alhures ermos, o viver felicita,

Transfiguro o ato só, em devaneios,

E dos instantes mornos, regurgita

Na mutação a fazer sentido

Da placidez insossa letargia

Aos céus desejo asas, emotivo

De empréstimo a sua sina alada

Não mais pesada, acuada apatia,

Vida, sons e cores, sinfonia encantada...