XX LVI

Não vês inspiração nos versos meus,

Não vês o Amor que tanto quero e sinto,

Renegas os poemas que são teus

Dizendo, sem saber, que neles minto...

Tão enganada estás... O teu adeus

Encheu de poesia meu recinto,

Enquanto escrevo para ti, só Deus

Sabe, de ti, o quanto estou faminto...

Se não vês mais beleza no que escrevo,

Certamente escrever eu não mais devo,

Se quem me inspira não percebe mais...

Mas embora não vejas mais com gosto,

Estes versos são lágrimas do rosto,

Que tu não secarás jamais... Jamais...

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 30/08/2011
Reeditado em 20/06/2019
Código do texto: T3190209
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