A MORTE
Morrer é partir solitário para além da vida
Deixando um lastro de amargura e de saudade
É penetrar no mistério da eternidade
E conhecer, de Deus, a Patria Prometida.
 
É deixar o próprio corpo adormecido entre flores
Recebendo lágimas como ultimo carinho
E etéreo partir por desconhecido caminho
Liberto das paixões, das mágoas e das dores.
 
É compreender como efêmero e vão
Foi todo sonho que encheu seu coração
E como foi banal todo seu mundano amor.
 
É ouvir o cântigo do coro angelical,
Participar do banquete celestial
E conhecer, por fim, o Criador.
 
A MORTE DE...
Tudo começou porque o telefone da Mirtes estava com defeito.
Trrrinn! Trrrinn! Reccc recc recc
—Alô! Fiuuuuuuuuu! Quem fala?
—É a Nina plec eu queria avisar que a dona Mariquinha morreu fiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuuu
—Quem?
— É a Nina! plock!
Nossa! A Nina morreu! Preciso avisar o pessoal.
Mirtes e a Nina faziam parte de um grupo de trabalhadores da assistência social voluntária e apressou-se em passar a notícia do falecimento aos companheiros.
Mas a Nanci estranhou o fato da sua filha que trabalhava com o filho da Nina não ter falado nada e resolveu telefonar-lhe para certificar-se:
—Imagine, Mamãe, não é nada disso. O Roberto está aqui trabalhando normalmente. É claro que a mãe dele não morreu, deve ser algum equívoco.
E agora?
“Desavisar” todo mundo, é claro.
Quando à noite o grupo se reuniu o fato foi comentado com certo bom humor. A Mirtes, meio sem graça desculpando-se e contando que já tinha esclarecido o engano. Quem morrera fora uma moradora de sua rua que ela mal conhecia e quem avisara fora a Nina uma garota da vizinhança.
Como sempre acontece nessas ocasiões muitos casos semelhantes foram contados e todos acabaram rindo do equívoco.
Inês perguntou:
— Vocês souberam que o Jairo morreu?
— O Jairo não é aquele senhor que participou do nosso grupo há algum tempo, perguntou a Cida?
—Não. Aquele já morreu, faz tempo. .
—Ah!
Para completar quando a Cida dirigia-se ao carro para ir embora alguem a abordou alegremente:
—Cida! Quanto tempo! Como vai?
—Jairo!!!
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Este texto faz parte do Exercício Criativo – A MORTE E A MORTE DE.
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Obrigada pela visita e comentário

Maith
Enviado por Maith em 29/07/2011
Reeditado em 29/07/2011
Código do texto: T3125988