INVISÍVEL

INVISÍVEL

Você não é aquele que em você vejo;

que fotografo na ogiva do olhar

e um sincero abraço quisera dar,

– e quanto quero!... logo se dê o ensejo.

Também não é quem quero namorar,

como dita o meu mais vulgar desejo?

Viso, ou não, do senso comum do pejo,

porque seu lume não devo apagar.

De mim – espírito – é mero transporte

em mundos de expiação – minha casa,

simples, tosca, imaginando-se forte.

Porém o forte eterno é o anjo sem asas;

esta alma imortal; o leme da morte;

lume da mente num corpo feito de vasa.

Afonso Martini

100711

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 11/07/2011
Código do texto: T3089299
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