SEM SABOR DE AMOR

SEM SABOR DE AMOR

A vida que se vive, teimosa, marcante,

querendo amar toda a humanidade... e não ama;

desta vida, em parte, a solidão só reclama

o amor, mais não seja, que efêmero instante.

Está contido na vida o corpo que chama

em cânones codifica héteros amantes,

que estudam na cartilha dos doidos falantes,

que a felicidade é clamor que d’alma emana.

Mas quando ela favorece oportunidades

traz-nos doces com acre sabor de saudades

junto com a azeda solidão e da dor.

E, acreditando que são dores embutidas,

em vivências amaras de faltosas vidas,

aceitamos vivê-la sem sabor de amor.

Afonso Martini

270611

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 27/06/2011
Código do texto: T3059568
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