Escuridade
Tristeza minha! Bem te sei d’onde oriunda...
Minh’alma se atrela a profundo pesadelo,
Entregue é meu corpo a pleno desmazelo,
É todo meu peito cratera escura e profunda!
Ah! Tristeza! Em tudo estás! Fria, arraigada!
Emaranhada tal qual os fios d’um vil novelo,
Que amarrou prá sempre a ternura e o zelo,
Cerrando a luz para minh’alma exasperada...
Quisera eu ter o compromisso e o desvelo
Para com minha alegria, há muito esquecida,
Lacrada em pote de breu e a rudo selo...
Mas tu, tristeza, faz minh’alma entorpecida,
Ao te fazeres em minha vida cruel modelo,
Conservando a felicidade adormecida...