TRANSFIGURAÇÃO

TRANSFIGURAÇÃO

Chorei o repouso dolente na solitude;

chorei as portas fechadas do teu coração,

chorei sim, chorei minha triste solidão,

lamentando essa sua hesitante atitude.

Meu sofrer não era de uma tola paixão,

no mais íntimo da alma, que nunca se ilude,

sinto que és doce e meiga, nunca foste rude,

só cuidas de viver amor com senso e razão.

Mas eis que se fez audível ao telefone

femínea afirmativa, ao pronunciar meu nome:

“te amo, querido, habitas meu coração”.

Ganhou nova forma e sentido minha vida;

ganhou novas cores a roseira florida;

definhou aos poucos minha amara solidão.

Afonso Martini

120611

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 12/06/2011
Código do texto: T3030753
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