FLECHA QUEBRADA

FLECHA QUEBRADA

Viajamos tristonhos em nau balouçante

era eu na proa e no fundo um anjo dormido.

Traz nas mãos a ponta da flecha do cupido,

puro floema, não conduz feitiço amante.

Adormeceu de tanto vexá-lo o acontecido;

nem viu que deixei o barco à deriva, errante,

mas quebrou-se a flecha do cupido farsante

e eu, sem a maresia do amor, me invalido.

Sonhar é andada. Não se põe sonho em monturo.

Barco à deriva não chega a um porto seguro;

a estrela que aponta a rota perde o fulgor.

Há de surgir um fanal luzindo ao luar

que dá à luz o verbo e conjugue o verbo amar;

traz luz ao horizonte e sugere um novo amor.

Afonso Martini

240511

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 25/05/2011
Reeditado em 25/05/2011
Código do texto: T2991744
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