SONETO CONCRETO

SONETO CONCRETO

Cresceu sem ser vista porque nasceu invisível

a jovem do sobrado, em plena juventude,

foi mal amada, embora a meiga pulcritude;

sem amor, na lida e estudo, busca o impossível.

Assim sendo o ardor a que seu projeto alude,

marcou o abandono de si mesma mais incrível,

a um triste esfriar de coração infalível;

reverso do terra-a-terra, por mais que mude.

O narcisismo femíneo já não existe;

ao estudo e à lida doou sua vida triste,

plantou amor num coração puro e colheu dor.

Aos olhos da arte vê-se a bela adormecida.

Resolve-te, mulher, nesta etapa da vida,

planta um novo coração pra colher amor.

Afonso Martini

090511

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 09/05/2011
Reeditado em 27/06/2011
Código do texto: T2960098
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