Dores poéticas

Conheço as dores dos poetas dos 1800

De Pompéia à Bilac, de Murat à Raimundo

Dores dignas daquele tempo do mundo

Que ainda resistem nos poetas dos 2000

Entendo aqueles amores não correspondidos

Aqueles duelos não efetivados até o caso fatal

E serviam de quadrinhas e letras num jornal

Que jamais seriam por todos esquecidos

Se Amélia não podia ir além do romance platônico

Da Engenhoca, Bilac desesperava-se em sua Via-Láctea

E levava a vida, em boêmia, qual um grego irônico

Se Raimundo não podia calar o rebelde Luís

Ao menos defendia-se e o julgava qual um cão que late

Pois não podia imitar Pompéia que se foi sem juiz

Rodiney da Silva
Enviado por Rodiney da Silva em 18/11/2006
Código do texto: T294940
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