HOMENAGEM A FLORBELA ESPANCA

A minha Dor é um convento ideal

Cheio de claustros, sombras, arcarias,

Aonde a pedra em convulsões sombrias

Tem linhas dum requinte escultural.

(Florbela Espanca)

HOMENAGEM A FLORBELA ESPANCA

(Mario Roberto Guimarães)

A dor que cultivaste longos anos,

Por entre claustros, sombras e arcarias,

Melhor a definiste em poesias,

Do que se enclausurasses desenganos...

"Os sinos têm dobres de agonias",

A demonstrar contornos quase humanos,

Como se deles fossem teus insanos

Devaneios, sem sons nem companhias...

A solidão marcou tua existência

Co'as chagas que a alma martirizam,

Levando a que em vão te recolhesses

Ao mundo onde elevastes tuas preces,

Que o sofrer não curam, nem amenizam,

Pois quiseste o nada por residência.

Obrigado aos amigos, pelas brilhantes interações.

Quando escorreu dos meus olhos a dor da solidão

Mãos pregadas ao portal

Fez-me saber da impotência deste choro

Nada comove a dor que provoca o amor proíbido

Então, cerco-me das dores e ajoelho-me na esperança

O sangue agora escorre e estanca

Joelhos e gemidos de dor

Solidão dos versos.(Florbela)

(Emmanuel Almeida)

Sofrestes as dores de amor

por tua história de vida

Fostes filha, mulher ....amante

mas nada levastes da vida

deixaste a escrita de herança

em cada poema

entrelaçastes tua vida.

(Betinamarcondes)

Há uma primavera em cada vida:

é preciso cantá-la assim florida,

pois se Deus nos deu voz, foi para cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada

que seja a minha noite uma alvorada,

que me saiba perder...para me encontrar...(Florbela Espanca)

(CARMEM ARAUJO)

A dor que carrego só eu sei o que sinto,

não importa onde começe...

Sempre termino escrevendo sobre ela,

pois a caminhada não é fácil,a lágrima molha meu rosto...

Não dá para fingir felicidade enquanto meu peito morre de saudade de você...

Ah! quando o coração padece,morremos aos poucos...

(Carmem Araujo)

Exaltação// Viver!?

Beber o vento e o sol!?

ErguerAo Céu os corações a palpitar!

Deus fez os nossos braços pra prender,

E a boca fez-se sangue pra beijar!

A chama, sempre rubra, ao alto, a arder!?

Asas sempre perdidas a pairar,

Mais alto para as estrelas desprender!?

A glória!?A fama!?O orgulho de criar!?

Da vida tenho o mel e tenho os travos

No lago dos meus olhos de violetas,

Nos meus beijos extáticos, pagãos!..

Trago na boca o coração dos cravos!

Boêmios, vagabundos, e poetas:?

Como eu sou vossa Irmã, ó meus Irmãos!?

Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade

(Flor Bela)

Deixa dizer-te os lindos versos raros

Que a minha boca tem pra te dizer!

São talhados em mármore de Paros

Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,

São como sedas pálidas a arder?

Deixa dizer-te os lindos versos raros

Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda?

Que a boca da mulher é sempre linda

Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei?

E nesse beijo, amor, que eu te não dei

Guardo os versos mais lindos que te fiz!//(Os versos que te fiz- FlorBela Espanca)

(Marina Alves)

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo pra me ver,

E que nunca na vida me encontrou!(Florbela Espanca)

(Luzia Ditzz)

FLORBELA, POETISA MAIOR!

Florbela? como ela nunca o mundo viu

Ao amor e à poesia, tanta dedicação!

Tanto sofreu, amou, sorriu, chorou?

Um dia a dor, matou seu pobre coração!

(Ana Flor do Lácio)

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 10/02/2011
Reeditado em 13/02/2011
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