Retirante
Poeira alta pela estrada ia...
Denso rastro, lento carroção,
Ledo sonho, tolo coração...
Aonde, Deus, o destino iria?
Buscar a vida, a fartura, o pão,
Lá onde a riqueza se escondia,
Lá, bem pra lá d’onde a vista ia,
Lá pra depois dos confins do sertão...
O peito transbordava de emoção,
Aflorava, na face, a alegria
Enquanto a tropa ganhava chão...
A esperança de chegar um dia
Era a silente e fiel oração...
Dormia, a dor que, pegada, seguia...