CLAMOR

Digas-me ó rio porque corres assim tão amargurado,

Pois o teu clamor penetrou nos meus ouvidos...

Deixando-me um ser muito preocupado,

Porque eram tão intensos os teus gemidos.

Ouço-te quase sempre em um lamento tão desolado,

Que dar-me pena de ti – muita pena.

Lembro-me de tuas águas tão serenas...

Agora tu tens o teu leito poluído.

Quiçá tu choras pela morte dos teus filhos,

Porque de tuas águas acabaram o brilho...

Pelos líquidos poluentes que nelas foram derramados.

Ou então tu só lamenta está sorte tão tirana,

Que a ti impõe esta perversa raça humana,

Fingindo não saberem que a ti aos poucos estão matando.

Luiz Pereira
Enviado por Luiz Pereira em 25/01/2011
Código do texto: T2750749