CLAMOR
Digas-me ó rio porque corres assim tão amargurado,
Pois o teu clamor penetrou nos meus ouvidos...
Deixando-me um ser muito preocupado,
Porque eram tão intensos os teus gemidos.
Ouço-te quase sempre em um lamento tão desolado,
Que dar-me pena de ti – muita pena.
Lembro-me de tuas águas tão serenas...
Agora tu tens o teu leito poluído.
Quiçá tu choras pela morte dos teus filhos,
Porque de tuas águas acabaram o brilho...
Pelos líquidos poluentes que nelas foram derramados.
Ou então tu só lamenta está sorte tão tirana,
Que a ti impõe esta perversa raça humana,
Fingindo não saberem que a ti aos poucos estão matando.