Águas Revoltas
As águas sobem afoitas, impávidas,
Ganham as ruas, as praças, as avenidas,
Trazendo consigo o caos e ceifando vidas,
Levando idosos, crianças e grávidas...
A multidão se desespera, corre pávida,
Ao descobrir o tamanho da ferida,
Que mostra a serra de terra dolorida,
Machucada pela chuva fria e ávida...
Casas ao chão, carros virados, tudo é lama,
Destruição, desolação... Martírio e dor,
Sem teto, sem panela, sem cama...
O povo é forte: Chora, mas não reclama,
Pois que confia no seu Pai Creador,
Que manda o frio conforme o cobertor...