Estiolamento

As ramarias esmaecidas das madeixas

Serpeando no corpo meu, langoroso,

A desprezar minhas doloríficas queixas,

Vêm auscultar porvir gentil e suntuoso...

É já, meu corpo, que lânguido se deixa,

O sonho fortuito de teu anseio, moroso,

Que não mais cuida, já descura, desleixa,

Relega o ânima ao mote assombroso...

Em tempo algum florescerá régio porvir

Se tua entrega prediz fastio tão formidando

Em cultivo modorrento e desgostoso...

Vejo entre os rotos corimbos a sorrir,

A murchidão desse ignavo amor, me espiando,

A nos furtar nosso idílio amoroso...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 07/12/2010
Reeditado em 07/12/2010
Código do texto: T2657600
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