Temerosa Alma

Dos pétreos campos d'agonia, a dor viscosa

Cingiu forte em meu talante o desmazelo,

E eu, outrora tão vero e cioso do zelo,

Desmoronei aos pés d’angústia monstruosa...

A face verde d'apatia, inchada e nodosa,

Meu coração entorpeceu com fel e gelo,

O desarranjo deslindou seu vil novelo,

Traçando a linha emaranhada e angustiosa...

Na garganta cravou-me a desdita seu rudo selo,

Cerrou-me o olhar a escuridade pavorosa,

A pravidade atrelou-me a trevoso pesadelo...

E nunca mais eu sorvi o aroma puro da rosa,

Trancafiado na neve do lúgubre castelo,

Que me erigiu a tua alma desastrosa...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 02/12/2010
Reeditado em 22/08/2014
Código do texto: T2648675
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.