Temerosa Alma
Dos pétreos campos d'agonia, a dor viscosa
Cingiu forte em meu talante o desmazelo,
E eu, outrora tão vero e cioso do zelo,
Desmoronei aos pés d’angústia monstruosa...
A face verde d'apatia, inchada e nodosa,
Meu coração entorpeceu com fel e gelo,
O desarranjo deslindou seu vil novelo,
Traçando a linha emaranhada e angustiosa...
Na garganta cravou-me a desdita seu rudo selo,
Cerrou-me o olhar a escuridade pavorosa,
A pravidade atrelou-me a trevoso pesadelo...
E nunca mais eu sorvi o aroma puro da rosa,
Trancafiado na neve do lúgubre castelo,
Que me erigiu a tua alma desastrosa...