Vício

Estou completamente viciado,

Nesse negócio de fazer soneto,

Não me vem um sentimento ao peito,

Que me permita ficar sossegado...

Deixo toda a tarefa de lado,

E num só movimento, insuspeito,

A minha pena sempre dá um jeito,

De fazer meu sentimento saciado...

O verso vai pousando descansado,

No papel que o acolhe, satisfeito,

Ante o rosto do poeta aliviado...

Que o papel é o sagrado leito,

Ditoso em se permitir maculado,

Pelos arroubos amorosos do soneto...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 26/11/2010
Reeditado em 11/10/2011
Código do texto: T2637312
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.