SONETO DA ALMA INQUIETA
Quisera na vida eu ter sido alguém
Que vivifica e santifica toda alma
Que se resvala no antagonismo do bem
Que se debate, inquieta e então se acalma
Quisera eu ter as garras do teu medo
Que se agiganta nas paredes do teu crânio
Seria eu a rasgar-te em desassossego
Com perfuração rígida de um titânio
Tudo na vida se tornaria imperfeito
Quando no mundo, este cravo desfeito
Quedaria no abismo do meu sonho...
Mas nada... O mundo gira gigantesco
Estonteando-me o desejo dantesco
Que se molda no verso que componho!