Sombria Lembrança
Tristes noites, em que minh'alma incerta,
Andou errante por desencontradas ruas,
Insinuando-se por entre serpentes nuas,
Em delirante e malfadada festa!
Penoso arrastar por espectral floresta,
Desaguar gelado em fétidas comuas,
Esperar letárgico por sombrias ínsuas,
Espiar perdido por trancafiada fresta!
A cruel lembrança amiúde me molesta,
Com suas estocadas repentinas e cruas,
Vindas lá de suas tenebrosas charruas,
Só me restando a esperança das faluas,
Pra vomitar tanta lembrança ingesta,
E regressar aos meus sóis e minhas luas...