Mangueirais em Dezembro
Nos mangueirais, o doce perfume,
Nas tardes quentes de outro dezembro,
Inebriava, inda hoje me lembro...
Do desejo acendia mais o lume!
Sem ter, de tais anseios, já o costume,
Minh’alma se botava em assombro,
Meu coração, tornava em escombro,
Sem entender teu sôfrego queixume...
Hoje, que carrego outras maneiras,
E a vida me dotou de experiência,
Não sinto mais o aroma das mangueiras,
Nem o mormaço das tardes cálidas,
Que hoje o lume da tua presença,
Nada mais é que uma chama pálida...