Soneto da Traição

Ó, belo sonho! Ousei sonhar-te um dia...

E em que tamanho pesadelo te fizeste!

Arrebataste-me a minha etérea veste,

roubaste-me a minha doce fantasia.

Tombaste-me do meu adejar celeste,

deixaste-me a alma tristonha e vazia,

sugaste-me do peito qualquer alegria...

E, bem sei, outro jeito tu não tiveste.

Não germinaste, ó sonho! - nem podias -

em teu seio jazia o virulento germe

da vil traição, ardilosa, cruel e moleste...

Essa irmã siamesa da infame covardia,

que corrói o teu viço e te faz inerme,

qual um verme trazido nas asas da peste...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 28/10/2010
Reeditado em 07/03/2016
Código do texto: T2582874
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.