Tesouro de Infância
Despenca manga madura no chão,
pepitas de ouro brilham no quintal,
reverberam entre as roupas no varal,
vão aos olhos do menino no portão.
O olhar se lambuza então de mel,
os pés se transformam em furacão,
o tesouro já posto à palma da mão,
embrulha com o boné o seu troféu.
Sentado depois, à sombra do cocal,
sorve sozinho seu néctar do céu,
e o gosto no seu rosto é como o sol...
Que já doura as franjas do arrebol,
vertendo as tintas de seu pincel
e pintando um quadro divino e real!...