Soneto das Lembranças que Agonizam

Nas asas do sonho voou minha poesia,

na lira da quimera entoou doce canto,

viajou por céus de puríssimo encanto,

até que desceu a noite, negra e fria.

Descoberto o vil ardil, o desencanto...

No coração a dor da decepção ardia,

oh, desolação de amor - alma vazia! -

desengano logo tornou-se em pranto.

Hoje, restou apenas a lira sem cordas,

o sombrio espectro dum sonho sem asas,

e meu coração quase nem se recorda...

Salvo as noites que se põe em brasas,

invadido pela já moribunda e débil horda

das lembranças, ora remotas e rasas...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 26/10/2010
Reeditado em 07/03/2016
Código do texto: T2578644
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