Fé de Sertanejo

A cor morena do jambo brilha, só, no capão,

exuberância que não sucumbe à inclemência

do sol, que escalda e vaporiza a ardência

do cheiro denso de pó que sobe do chão.

A araponga lança um trinado na amplidão,

o fim do estio martela em exata cadência,

prenunciando que vai desabar chuva densa

já flora o mandacaru no seio do sertão.

E o sertanejo, feliz, separa o seu coité,

limpa o poço e já prepara o seu enxadão,

que nada o pode superar em sua vasta fé...

Pois que basta araponga gritar para o céu

e o mandacaru sorrir e apontar floração,

já vislumbra da esperança o verdíssimo véu...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 20/10/2010
Reeditado em 06/03/2016
Código do texto: T2568920
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