A Alma do Sertão

(Soneto que compus inspirado pela leitura do primoroso soneto 'ALMA SERTANEJA', do grande poeta, o mestre Jacó Filho)

Por ter olhos secos o sertão não chora,

guarda-se na dor enquanto alívio espera,

abriga-se à sombra de fugaz primavera

que já vai tão longe quão chuva demora...

No calor do estio o cacto se esmera

em guardar o alívio para a seca hora,

no fragor do sol o marmeleiro cora

e o velho umbuzeiro não se desespera...

Que sábio ancião, já escutou o canto,

suplicante e doce, de um bom sabiá

despencar na tarde feito um'oração...

E prenunciando, do inverno, o manto,

a procissão das saúvas se faz já...

São as águas renascidas pro sertão!

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 20/10/2010
Reeditado em 06/03/2016
Código do texto: T2567316
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.