Súplice

Esparze aquela doçura espontânea,

Ditosa e benigna pupila olente,

E dá-me o lis da vossa nívea,

Como o esplêndido luzir do ocidente!

Esvoaça aquele encanto selênico,

Sobre as águas argênteas, docemente,

E dá-me a luz do vosso olhar angélico,

Como o etéreo fulgor do sol ponente!

Deusa devota e extrema castidade,

Como a brisa que beija a noute amena,

Dá-me, dá-me a vossa infinda beldade!

Oh, céus! Oh, incessante desventura!

Como pode viver valer a pena,

Se tenho na fortuna tanta agrura?

ROGERIO MELO PORTELA
Enviado por ROGERIO MELO PORTELA em 08/10/2010
Reeditado em 14/10/2011
Código do texto: T2544574