O sarau

As ruas e os automóveis cochichavam sem parar;

a matriz não entendia o tom do sábado enluarado;

os bancos da praça espichavam-se por trás

de centenas de cadeiras estendidas na grama.

Todos queriam contemplar o acontecimento:

mangueiras, açaizeiros, conversavam extasiados,

já o coreto mantinha-se calado

perante a grandiosiade do evento.

Versos em branco, outros rimados,

poetas sonhando, outros airados;

aplaudia-se de pé as obras recitadas.

Muita emoção, amor, solidão,

magnetismo, prazer, inpiração...

o que queria dizer não precisava saber, apenas se sentia.

ROGERIO MELO PORTELA
Enviado por ROGERIO MELO PORTELA em 06/08/2010
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