EU ESCREVI,MAS NÃO MANDEI!
Em meu silêncio, às paredes, confessei,
Calando o pranto embargado em meu peito
Reli, mil vezes - neste quarto onde me deito,
Aquela carta, que escrevi, mas não mandei!
Todo este tempo em que de ti me separei
Tentei romper aquele laço tão estreito
E no papel de pão eu coloquei, com jeito
A longa carta que escrevi, mas não mandei!
Se tens ainda amor por mim, eu te espero.
Contudo, ser mais infeliz – isto não quero –
Prefiro a solidão na qual me abandonei...
Por não criar coragem, eu me dilacero,
Tudo que eu tinha a dizer, foi tão sincero,
Naquela carta, que escrevi, mas não mandei!
(Milla Pereira)
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EC = II
O BILHETE!
(Prosa Poética)
Meu amor!
Hoje, remexendo minhas gavetas,
Encontrei aquele bilhete,
Que escrevi, há tempos atrás,
Já nem me lembrava mais!
Nós nos separamos,
Por tua traição descabida.
Por ter-me sentido traída...
Pediste-me perdão.
Mas eu não te perdoei.
A saudade me doía
O remorso me corroia.
Em meio à noites insones
Eu pegava o telefone
E o desgosto me batia,
Nunca te liguei!
Escrevi o tal bilhete
Mas não te mandei!
No silêncio de meu quarto,
As gavetas abertas
Sentada no tapete
Eu releio o bilhete
Assim escrito:
“Volta, amor, que te espero,
Sem ti eu me desespero.
Vem rever a nossa história
Que terminou tão inglória.
O meu corpo está em chamas.
Minha saudade te espera
E também a nossa cama...”
O que aconteceria
Se eu tivesse mandado
O bilhete apaixonado?
Será que tu voltarias
Aos meus braços, neste dia?
E a solidão que sinto,
Insuportável, não minto,
Teria me abandonado?
(Milla Pereira)
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Pedrinho Goltara
Eu também aqui sozinho
Na minha modesta opinião
Acho que esse bilhetinho
Devia ter saído de sua mão
Indo pro cabra arretado
Que de tão apaixonado
Foi implorar o seu perdão!
Bjs, linda amiga poetisa. Volte logo, tá?
Obrigada, meu amigo querido,
por complementar estes versos.
Beijos, Milla
Este texto faz parte do Exercício Criativo -
Escrevi, Mas Não Mandei...