SONETO #001: MATURA IDADE
Por: João Bosco Rolim Esmeraldo
O tempo passa, e então, voltado à lida
Vejo, sem tempo, a vida despontar;
Passo o tempo todo, sem contar a vida;
Sigo pela vida sem poder contar.
Quando era criança, o tempo não corria
Vivia a correr, e o tempo não passava,
Pura ilusão, a vida transcorria,
Mas o futuro, parece, não chegava.
Sem passatempo, a idade foi chegando;
Quase sem tempo, os dias encolhendo;
Passou-se o tempo, a vida encurtando.
Como desejo, agora, estar revendo;
Como criança, de novo, ir contando;
O tempo em que vou envelhecendo.