Último lamento

Como pode o meu peito

Se envolver num manto de pranto

Onde minh'alma em desajeito

Chora fria dissonante canto

Como pode ter me feito

De um rude desencanto

Os espinhos desse leito

Do amargo desacalanto

Como pode desse jeito

Submerso no espanto

Os meus sonhos imperfeitos

Que venho almejado tanto

Como pode tal defeito

Arruinar-me tanto quanto

Como pude ter aceito

Devorá-los, no entanto

Deito, portanto...

Como pode o meu peito

De um rude desencanto

Os meus sonhos imperfeitos

Devorá-los, no entanto

Glaucio Viana
Enviado por Glaucio Viana em 13/08/2006
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