Amor Humano

Ah! Se o amor humano, tão inconstante, tão inconstante

Não durasse na longa vida um breve instante.

Ah! Se o amor humano, tão traiçoeiro,

Não corroesse da existência o sentido verdadeiro.

Não vagasse como vaga,

Na noite horrenda da traição.

Não singrasse como singra,

Nos veios tortos da solidão.

Se, no torvelinho dos temporais,

A esmo, não dançasse lá e cá,

Como dançam os canaviais.

Seria o ouro, seria o vinho,

O hieróglifo valioso

Do mais antigo pergaminho.