MATEMOS OS POETAS

Matemos os poetas que em vão divagam

Procuram vagos versos sem sentido ou nexo

E buscam, sem vergonha, mãos que nunca afagam

Estrofes, versos livres, sonetos complexos

Assassinemos todos que ficam aí pairando

Nos ares do Olimpo onde as musas cantam

E saem pelo mundo, cantando e ufanando

Sobre a inspiração, que cantos se alevantam

Risquemos deste livro o poetar sem graça

Sem pejo, sem bandeira, sem vontade ou brio

Sem musicar ardente, sentimento ou raça

Exterminemos, sim, sem medo e a sangue frio

Os versos sem sentidos que o poeta traça

- Depositemos todos no fundo do rio!