O AMANTE É APENAS NADA

Oh! alma ferida, sentada na beira da calçada,

tuas lágrimas de sangue dividem

a aurora em estilhaços, de agora em diante quem

recebe o amor há de entender: o amante é apenas nada

Do que vale amar além das forças de maneira devotada

se o amor conquistado é proibido? como pode

aquela por quem o tempo dirigiu os passos incertos, só de

sombras mostrar na face o sexo arfante p'ra ser amada,

aonde o escuro é um distância sem chegada?

aonde a esperança é um espantalho pregado na lua,

sem outra medida que a da saudade que pactua

sonhos despertos como habitantes de uma solidão devastada

pelo quando em vez de um amor proibido que se é vergonha

a quem usa, é loucamente eterno ao amante que só na promessa sonha