PERDÃO: O SUMO DOM DO AMOR - Soneto

Traz em seu peito o coração vazio,

E chora as filhas que arrancadas foram

(Por mão nefasta) e também mudas choram...

É primavera, outono... Fez-se o estio!

Do amor, o brilho, converteu-se em pranto;

Raro cristal se desfazendo em pó.

No quarto, mudo, abandonado e só,

Compõe, nas trevas, o seu surdo canto.

“Uma só carne.” Tão cruel mentira

Feita no altar. Porém qual o valor?

Quer ser feliz!?! Que a ele, ela fira...

Suplica a Deus o pobre pecador:

- Que o meu amor não se converta em ira,

Pois o perdão é o sumo dom do amor.

Moses Adam

F.V., 17.03.2009