talvez

Dizem que o amor é luz... Eu nada sei

Porque jamais pude senti-lo perto

Vagando às tontas, qual pardal liberto

Eu fugi sempre daquela que amei.

Eu fui um tolo? Não sei dizer certo

Pois a paixão, que tanto alimentei,

Fora esse amor que sempre acalentei

E que escapou deste meu peito aberto

Tentei mantê-lo comigo, oculto,

Mas só tristeza -- confesso agora

Me acompanhou naquele meu quebranto.

Fugiu-me a Deusa, findou-se o meu culto

E já não sei se o amor que tive outrora

Teve essa luz de que me falam tanto.

João Bosco Costa Marques.