O Poema conhece-se...
a si próprio, é perfume ,é lágrima .
É a exaustão e a liberdade sentida, é tudo.
O que possuímos e não possuímos nada ,
não a muralha entre os versos e o mundo .
É a carne salgada aflita por dentro .
É um olhar perdido,sonolento na noite ,
procurando cada momento, cada centro ,
nos telhados que deitam e o sono dorme.
É um pesadelo, uma esperança ,uma angústia .
Não tem estrofes, tem corpo, não tem versos ,
tem sangue, grãos de areia ,beijos em sintonia.
Existe para não ser escrito como eu existo ,
onde sou o meu rosto, que não vejo e existe porque,
eu só sei escrever o que sinto, mesmo sem sentido.
03/12/08