No Teatro Carlos Gomes, Praça Tiradentes, Rio de Janeiro, a peça teatral "Ari Barroso, do princípio ao fim" é imperdível mesmo para quem, como eu, pouco conhece a história da música popular brasileira.
     Escrita, dirigida e encenada por Diogo Vilela e um bom elenco de musical que conta até com Tânia Alves. A peça se passa no final da vida de Ari quando ele já no leito de morte, revê e recorda os grandes momentos de sua vida, suas canções imortais e suas relações. Nela, surgem de forma esplêndida as personagens de cantoras como Carmen Miranda, Araci Cortes e Elizete Cardoso, além da esposa de Ari, Ivone... Dos compositores amigos, estão lá também Lamartine Babo com o qual ele divide uma ou outra música. 
     Ari Barroso, um boêmio assumido, que admitia de si próprio ser de relação humana facilmente conflituosa e profundamente mundano, durante a vida inteira buscou a beleza e se encantou com a música como uma contemplação de algo mais sublime. E se consagrou a presentear os outros com sua arte. 
     Isso num tempo pascal como o desses dias, é prova cabal e testemunho do amor divino presente em tudo o que há de mais humano. É teimar em transformar o quotidiano de lutas, encontros e desencontros, numa festa permanente,  “do princípio ao fim”.