O Cotidiano da Escola e da Sala de Aula

Publicado originalmente em 2004, o livro de Philippe Meirieu, O Cotidiano da Escola e da Sala de Aula, procura fazer uma reflexão pedagógica sobre os problemas da escola e da sala de aula. Um livro muito atual que problematiza o dia-a-dia da escola e traz questões importantes para reflexão.

Philippe Meirieu trouxe grandes contribuições para área da educação com esse e outros livros. Adepto a uma pedagogia inovadora, Meirieu constrói o seu livro através de novos e reformulados conceitos.

Philippe Meirieu divide o seu livro em três partes, além da introdução e conclusão. A primeira parte consiste em analisar os princípios para a escola se tornar, de fato, uma instituição. É por meio de tópicos, denominados por ele, princípios, que Meirieu vai discorrendo sobre as suas ideias.

O terceiro princípio traz uma ideia importante sobre a escola e o que de fato faz com que ela aconteça. Segundo Meirieu (2004, p30), “não é porque a palavra ‘escola’ está presente na fachada do prédio onde ingressam todas as manhãs que ‘a Escola’ se cria espontaneamente em seu interior.”. É necessário mais do que isso para que a escola se torne uma instituição escolar e é por isso que ele acredita que tantos os alunos quanto os professores devem incorporar os seus papeis para que ela exista.

Outro conceito interessante que Meirieu constrói ainda na primeira parte do livro é de que a escola é o lugar onde o aluno deve errar. “A escola deve ser o lugar onde se possa errar sem risco” (MEIRIEU, P. 2004, p.56), afinal é fundamental que primeiro se compreenda, para que depois se aprenda a fazer.

Na segunda parte do livro, Meirieu fala sobre as tensões do ofício de ser professor e vai construindo assim novos conceitos de aprendizagem e elaboração de grade curricular. Além disso, é nessa parte que Meirieu começa a elaborar concretamente, segundo o seu ponto de vista, o objetivo da escola.

O conceito atual de que a escola deve formar um cidadão autônomo é apenas reforçado por ele, neste trecho do livro. Para confirmar isso, Meirieu diz que (2004, p. 99):

“Se a criança já fosse um cidadão, o que ela viria fazer na escola? E não seria uma injúria aos cidadãos adultos compará-los a alunos? Na escola ainda não se pode ser cidadão..., ao menos que se julgue que a escola não tem serventia nenhuma para formar o cidadão!”

Em forma de síntese, para finalizar a segunda parte de seu livro, Meirieu elabora um quadro das tensões fundamentais da atividade pedagógica.

Já na última parte do livro, Meirieu elabora referências á prática escolar. As suas referências vão desde sobre a organização em sala de aula á como envolver mais os alunos á uma atividade, e assim, motiva-lo a efetuar tal tarefa.

São vinte referências que ajudam a prática em sala de aula e a reflexão de questões que envolvem o aluno e a forma de ensinar. É, também, nessa parte que Meirieu organizar o espaço e o tempo escolar.

Após a leitura do livro, é possível constatar como o livro é atual e aplicável ao dia-a-dia em sala de aula. As reflexões que são feitas ao final da leitura de cada tópico elaborado por Philippe Meirieu, faz com que tudo se torne ainda mais presente. Leituras como essa nos fazem refletir sobre o que é a educação no Brasil hoje e como ela pode ser melhorada.

Acredito, também, que tal leitura tenha feito com que eu me aproximasse mais ao lado prático do curso de Pedagogia e que motivasse mais a encontrar o meu lugar dentro desse mundo escolar que é cheio de questões e tensões.

Ana Clara Gonçalves
Enviado por Ana Clara Gonçalves em 02/11/2016
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