Mais Brilhante Que o Sol - Capítulo 2

- Caramba Pet, você é o CARA! – Dave não parava de dizer desde que Dock ligou esta manhã pra ele.

Dock era um dos novos donos do Magic Summer park, e semanas atrás eu havia pedido em nome de Dave que ele alugasse uma das barracas de comida para ele no parque. Dave vinha juntando dinheiro pra fazer uma faculdade de gastronomia em Manhattan fazia três anos e o provável lucro que conseguiria obter nesses três meses em que o MSP funcionaria talvez fosse o suficiente para ele partir antes do Inverno chegar. Isso me custou um encontro com a filha de Dock e uma semana ajudando-o em um de seus armazéns, mas eu faria tudo para ajudar um amigo. Até mesmo ir a um encontro arranjado.

O Magic Summer Park esteve em reforma por quase dois anos, após ter fechado as portas por ter sido declarado irregular após sua terceira supervisão, Dock disse que era porque o antigo dono não fazia as manutenções para poupar dinheiro.

A inauguração seria amanhã à noite e havíamos passado a maio parte do tempo reabastecendo o estoque de ingredientes para Dave fazer seus sanduíches loucos.

Loucamente lucrativos, no começo eu não entendia o porquê de tanto o sucesso. Mas quando conheci Dave, sete anos atrás. Vi que desde pirralho ele sempre soube o que e como fazer as coisas.

Ao contrário de mim, que não sabia o que fazia com o recente sentimento plantado em mim por aquela estranha da festa. Eu sabia que não deveria ir atrás dela, mas estava com medo caso algo me levasse a fazer tal coisa. Até porque não consigo nem pensar em tal possibilidade sem ficar nervoso. Seria um desastre completo se eu tentasse ao menos me apresentar.

Por isso estava tentando ao máximo preencher minha mente com outras coisas como ajudar Dave com os sanduíches antes de irmos montar a barraca de lanches dele.Terminamos tudo e voltamos para descansar.

No dia seguinte chegamos meia hora do parque abrir. E agora já passadas umas boas quatro horas todos os sanduíches já haviam sido vendidos. Dave não conseguia conter sua felicidade enquanto colocávamos as coisas dentro da velha picape vermelha dele para depois irmos aproveitar um pouco.

O tempo estava ótimo. A noite fresca com a ventania fraca vindo do oceano, as estrelas colorindo o céu embelezando mais ainda aquela noite junto com a majestosa Lua cheia.

Era muito bonito de se ver. E parecia que todos haviam saído para aproveitar, os brinquedos estavam a todo vapor, suas filas de espera enormes. Mas a maior lá era a da roda gigante, sem dúvidas. Foi no final desta que fiquei.

Uma vez ou outra passava algum conhecido para me cumprimentar. Alguns colegas de surf, Meg a filha de Dock, Estevan um ex- colega de trabalho e alguns amigos meus e de Dave que haviam vindo passar o fim de semana. Isso foi tempo o suficiente para a fila andar metade e aumentar o dobro.

As pessoas ao redor estavam felizes e empolgas, rindo, falando alto, contado histórias. Isso era contagiante, toda essa alegria.

A fila começou a andar novamente e agora estava perto de ser minha vez. Poucos minutos e a roda gigante começou a girar preguiçosamente, com suas luzes chamativamente coloridas. Algo extravagante bonito de se admirar.

Em um desses momentos, enquanto eu olhava a paisagem ao meu redor, ao longe ouvi o som do que me pareceu ser um grito. Emergindo no mar de vozes ao fundo.

Segundos depois, muito pouco por sinal, senti algo cair em cima de mim. Da minha cabeça para ser mais exato. Isso me deixou um pouco desorientado, até sentir um calor do lado esquerdo do rosto. Quando coloquei a mão sob o local e a recolhi ela estava úmida e tingida de vermelho.

Sangue.

Não é que eu seja um maricas nem nada, mas sangue passou a me apavorar de uns anos pra cá.

Olhei pro chão, a procura do objeto que havia me acertado, achei uma bolsa de pano. Estava rasgada, próximo a ela uma pequena faca toda de prata. Estranho, pensei.

Peguei os objetos e olhei na direção em que havia caído, mas este mero movimento fez minha cabeça lateja então resolvi sair da fila e procurar Dave. Ele mantinha uma pequena caixa de primeiros socorros na picape e eu provavelmente precisaria de um curativo. E trocar de camisa, pois está era branca. Era. A parte superior esquerda já estava completamente manchada para minha agonia. Tentei não olhar muito nesta direção.

Enquanto me dirigia ao provável lugar em que meu amigo estaria. A tenda de tiro ao alvo.

Senti alguém tocar meu braço e dizer.

- Hey espere, está com minha bolsa?

Eu me viro em direção à pessoa que ainda mantêm a mão em meu braço e quase não acredito ao ver quem é.

É ela. A Garota da Felicidade.

Ana Fletcher
Enviado por Ana Fletcher em 02/11/2014
Código do texto: T5020933
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