“Suicídio e Educação e Sociedade atual” a partir dos textos: “O Capital”, de Karl Max e o “O Suicídio”, de Émile Durkheim.

MAX, Karl. O Capital & DURKHEIM, Émile. O Suicídio (1).

Karl Max. Nasceu em 1818 na Alemanha e faleceu em 1883 na Inglaterra. Cursou Filosofia, Direito e História e foi influenciado diretamente por Ludwigg Feuerbach. Foi um dos maiores pensadores de todos os tempos, tendo uma produção teoria com grande extensão e densidade, como: O Manifesto Comunista; o Capital; O 18 de Brumário de Luis Bonaparte; Sobre a Questão Judaica; Grundrisse; A Ideologia Alemã; Manuscrito Econômico-Filosóficos de 1844; Teses sobre Feuerbach; dentre outras.

Émile Durkheim. Nasceu em 1858 e faleceu em 1917 na França. É considerado um dos pais da Sociologia Moderna. Suas principais obras são: Da divisão do trabalho social; Regras do método sociológico; O suicídio; As formas elementares de vida religiosa.

Apesar de não ser estritamente necessário o conhecimento de todas as obras de Karl Max e Émile Durkheim, estes pequenos textos dão uma noção de seus pensamentos. Pois neles expõe alguns pontos de suas teorias e influências. Podemos citar o pensador Max e sua influencia até nos dias de hoje, conforme constou da pesquisa da rádio BBC de Londres e a importância de Durkheim nos estudos de sociologia (2).

Émile Durkheim diferentemente dos muitos estudiosos contemporâneos sobre o suicídio, que focam em peculiaridades individuais. Foi de encontro com as conexões entre os indivíduos, segundo a qual as sociedades só podem manter sua coerência partilhando crenças comuns. Coloca como centro de sua reflexão a exigência do consenso social. A sociedade prevalece sobre o indivíduo, pois quando ele nasce tem de se adaptar às normas já criadas e caso o indivíduo não tenha certo nível de integração (muito baixo ou alto) com seus grupos poderia implicar em aumento dos casos de suicídios. É a sociedade, como coletiva, que organiza, condiciona e controla as ações individuais. Em seu trabalho concluiu que devido há alguns fatores como: as taxas de suicídio são maiores em viúvos, solteiros e divorciados que casados; que não possuem filhos; maiores em protestantes que católicos. Também diferenciou quanto aos tipos de suicídio: egoísta, altruísta, por anomia e fatalista. Ele tentava ver a sociedade como sistema de normas morais.

A obra de Karl Max tem uma envergadura intelectual inegável enquanto crítica do capitalismo e como sistema interpretativo da realidade social, caindo na armadilha do cientificismo e do positivismo, vindo a se cristalizar num determinismo dogmático. Defendia a existência do socialismo, onde haveria gradual erradicação do Estado, no qual haveria uma ditadura do proletariado, aonde o povo chegaria ao poder sem o uso de terrorismo, ressaltado a importância do partido dos trabalhadores, que atuaria conscientizando e unindo o proletariado, organizando os seus atos. Que por fim, ocorreria uma revolução como meio para transformar a estrutura econômica e social, na qual aconteceria a divisão no trabalho. Na sua teoria as relações de propriedade são entendidas como sendo à base das desigualdades sociais. As mudanças nos modos de produção acontecem devido aos conflitos que se estabelecem entre a classe dominante e a classe dominada. Na sua doutrina a conjugação escola e trabalho seriam capazes de romper com a separação entre trabalho intelectual e manual. Da separação brotaria a alienação e a ideologia. Educação politécnica devido à necessidade de homens preparados, educados para trabalhar em diversos setores/ramos do sistema de produção de acordo com as necessidades da sociedade ou suas próprias inclinações.

Quando se fala em educação e sociedade atual devemos pensar em qual tendência ou conceitos deveríamos seguir: de Karl Max, que para muitos é utópica ou de Durkheim que tenta ver a sociedade como sistema de normas morais e as conexões entre os indivíduos. Porém, por termos várias teorias, tendências e culturas, deveram pensar em qual seria a mais apropriada à sociedade atual e suas implicações: Se buscarmos uma tendência mais liberal, ela proporciona um encontro aos interesses propostos pelo capitalismo, a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Oculta a realidade das diferenças de classes, pois, embora difundida a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições. Além de ter um caráter de divisão social, refletindo a política educacional vigente no país; Caso busquemos a tradicional teremos a acentuação do ensino humanístico, de uma cultura geral, que é justificadora do sistema capitalista de produção; Se formos em direção a renovada progressivista ficará por conta de a escola adequar-se as necessidades do indivíduo ao meio social em que está inserido, tornando-se mais próxima da vida; Na tecnicista, serão voltadas para a cientificidade e a competência, as técnicas e métodos que aumentam a eficiência da aprendizagem tornam-se centrais; Na libertadora, sua principal função é elevar o nível de consciência do educando a respeito da realidade que o cerca, a fim de torná-lo capaz para atuar no sentido de buscar sua emancipação econômica, política, social e cultural; São várias tendências e concepções, qual seria a mais adequada?

Contudo, o que vemos nos meios de comunicação em massa são preocupantes, pois a situação da educação, da segurança, da saúde, da falta de infra-estrutura básica, da corrupção e da falta de confiança de nossa sociedade no Estado. Podemos notar que nas escolas públicas de nosso país, os alunos praticamente não têm acompanhamento médico e psicológico, fatos que também colaboram para o aumento do suicídio.

Portanto, são vários fatores que interferem na educação, na sociedade e que provocam o suicídio, não tendo como determinar qual teoria ou tendência seria a mais indicada, de Karl Max, de Émile Durkheim ou de outro. Pois dificilmente saberíamos qual seria a mais indicada para cada situação. Diante disso, não teríamos condições de saber de quem é a responsabilidade, se é do Estado e/ou dos cidadãos por não fazerem sua parte. De quem são as fontes dos desmandos apresentadas na prática e suas implicações. Desse modo, na ausência de tais esclarecimentos, fazem-se necessário repensar ou reorganizar nossa sociedade, nossa política, nossa educação e verificar suas conseqüências quanto ao suicídio.

Há vários filósofos, sociólogos e estudos especializados nesses temas, mas poucos trataram de tal profundidade quantos eles. Nestes livros, o estudante de qualquer área ou leitor, encontrará uma boa base e argumentação profunda.

O estudo feito sobre estes temas leva constatar que a situação da educação e de nossa sociedade atual é inquietante. E como os Autores nos apresentaram uma série de alternativas de respostas referentes a elas, com excelentes questionamentos e possíveis soluções.

(1) Deixamos de colocar as referências bibliográficas completas, por não constarem nos textos fornecidos.

(2) Por não ter muitas informações nos textos fornecidos, buscamos suporte em: REALE, Giovanni. História da Filosofia: Do humanismo a Kant. - volume 2. São Paulo: Paulus, 1990. RUSSELL, Bertrand. Descartes. In: História da Filosofia Ocidental – livro terceiro. São Paulo: Cia Editora Nacional, 1969.